O responsável pela Pasta de Obras de Sant’Ana do Livramento confirmou que o empreendimento de mais de R$1 milhão começará a produzir asfalto neste mês
O secretário de Obras de Sant’Ana do Livramento confirmou nessa semana que a usina de asfalto, adquirida pelo Município em 2016, vai começar a produzir. Ricardo Dutra fez questão de recordar que desde o primeiro dia como secretário no Governo Ico Charopen (PDT) vem realizando a operação tapa-buracos. “Cada vez que dou entrevista, eu lembro que a gente vem tapando buraco desde o início da gestão, isso é notório. A operação tapa-buraco nunca termina. Quando se movimenta uma usina de asfalto tem que ter um recurso adequado para arrancar o trabalho e dar uma continuidade, e não estar arrancando e parando, porque isso causa um custo que é inviável”, explicou ele.
Ricardo apontou ainda que no primeiro ano não havia recurso para colocar o maquinário em funcionamento. “O prefeito tentou no mês de setembro para que pudéssemos trabalhar no verão, mas houve subas mensais nos insumos do asfalto e não conseguiu se viabilizar. Eu estive essa semana no Departamento de Licitações e nesta semana já teremos o registro da concorrência nas ruas (para a compra de insumos)”, disse.
Quantidade
Assim que estiver finalizado o processo de concorrência dos insumos para fazer asfalto em Livramento, de acordo com o responsável pela Pasta, será o suficiente para os trabalhadores da Secretaria de Obras atuarem de 3 a 4 meses nas ruas do centro e bairros da cidade. “Assim poderemos deixar a cidade em condições que a gente possa enfrentar, é uma questão de disponibilidade de recursos. Temos que tentar deixar de acordo com o recurso que o Município dispõe”, completou. E continuou. “A usina vai funcionar pensamos em estar com ela ligada a partir do dia 20 de setembro”, concluiu.
Entenda o caso
A falta de planejamento, em 2016, aliada ao excesso de burocracia em 2017, fez com que a usina de asfalto de Sant’Ana do Livramento se transformasse no elefante branco do Município. Essa, inclusive, é uma das conclusões apontadas pelo secretário Ricardo Dutra, em janeiro desse ano. Segundo o titular da Pasta, ele não encontrou nenhum documento que justificasse a compra da usina de asfalto pela Administração Municipal. “Nunca existiu nenhum estudo técnico para que se comprasse a usina, pois quando se adquire uma máquina como esta, é necessário ter dinheiro para investir em insumos”, afirmou ele na época.
A história do elefante branco de Livramento
A usina de asfalto ficou conhecida, nos últimos anos como o “elefante branco” do Município. Elefante branco é a expressão utilizada para classificar algo valioso ou que custou muito dinheiro, mas que não possui utilidade. O próprio secretário Ricardo afirmou, naquela época que, o caso da usina era “uma consequência do não planejamento de um investimento do órgão público que termina se transformando em um elefante branco. Se não se tem recurso para utilizá-lo da maneira adequada, o desgaste da máquina, a depreciação, o tempo e o custo de instalação para ela, acaba onerando de qualquer forma os cofres públicos”, afirmou.
No ano de 2015, quando o empreendimento de mais de R$1 milhão chegou a Sant’Ana do Livramento, foi apresentado pelas ruas do Município como um dos últimos recursos para que os buracos e ruas empoeiradas dos bairros e vilas do Município tivessem as melhores condições possíveis de trafegabilidade. No dia em que a máquina vinda de São Paulo chegou em Livramento, foi realizada uma passeata de apresentação do maquinário pelo então prefeito Glauber Lima (PT) acompanhado dos parlamentares da bancada petista, além de outras lideranças que apoiavam o Governo.
Outras questões técnicas, porém, não foram pensadas pela Administração Municipal, em 2016. Um exemplo disso é que, somente 6 meses depois de chegar a Livramento, o maquinário foi levado para o local onde seria produzido o asfalto.
Por: Rodrigo Rvaldt – [email protected]